Fama e poder
Não é o melhor critério, reconheço, mas biografias as quais julgo relevantes procuro conhecê-las pelos livros; as demais, por documentários. Donald Trump certamente estaria em minha segunda lista, e por uma razão muito simples: ele representa mais um estilo, e não um fundamento. A forma como obteve fama, dinheiro e poder, não exatamente nesta ordem, é muito questionável somente por questões éticas, e agora percebe-se por questões humanitárias também. Ou seja, ele mais se assemelha a um caso único em um país único, longe de inscrever-se na história como uma fonte inspiradora de boas ações, solidariedade e amor. Isso posto, esta semana tive a oportunidade de acompanhar quatro episódios sobre sua vida, os quais recomendo, pois deles se extrai um perfil absolutamente concreto de como são e de onde vêm suas paranoias, hoje internacionalmente conhecidas. Ao contrário do que podemos imaginar, a distância, sua fortuna se ergueu longe da solidez de seus edifícios. A perseguição pelo reconhecimento público sempre o impulsionou, da reconstituição de prédios icônicos de Nova York à construção do suntuoso cassino Taj Mahal, em Las Vegas, este último, talvez, seu maior desastre financeiro. Fica evidenciado em depoimentos reais o quanto a sua percepção de realidade é própria, e não universal, e o quanto ele não demonstra, mesmo ante as maiores turbulências afetivas e financeiras, os menores sinais de preocupação ou arrependimento. Trump parece um ser inanimado, fruto de concepções meramente empíricas, ufanistas e, de volta ao ponto, pelo desejo quase indissociável pela consideração pública, por aplausos, muitos deles. Tanto é que, mesmo namorando com a presidência dos Estados Unidos em diversos instantes de sua trajetória, somente depois seu ingresso no mundo virtual, através do Twitter, seu desejo se consolidou. Explica-se: após abocanhar uma nova onda de popularidade na série “O Aprendiz”, milhares de pessoas obtiveram a chance de uma comunicação direta com ele na rede social. A cada elogio seu ego era massageado de forma a fortalecer, naquele que já se considerava o sucessor do rei Midas, a ideia de se transformar em Hermes, filho de Zeus, deus do Olimpo. Não à toa existem dezenas de livros sobre sua personalidade paranoica, mas ele não está sozinho no mundo, podem ter certeza. Chegado o crepúsculo de mais um período eleitoral, na reta final na qual deveríamos serenar os ânimos à procura de balanços e respostas, a consolidação de um vazio parece prevalecer. O vazio de propostas inteligentes, reparadoras e críveis. Mais uma vez, sim ou não. Votemos. E oremos.
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